Crianças com dislexia são "mais emocionais", sugere estudo

Segundo neurocientistas, crianças com diagnóstico de dislexia mostram maior reatividade emocional do que crianças sem dislexia.

A observação veio de avaliações de reações emocionais fisiológicas e comportamentais, além da ativação de áreas do cérebro associadas com as emoções, conforme demonstrado em exames de ressonância magnética funcional.

 


Segundo os pesquisadores, alterações neurológicas que caracterizam a dislexia é muito mais complexa do que apenas a dificuldade nas habilidades de leitura.

No passado, outros autores já sugeriram que pessoas com dislexia podem ter uma maior "inteligência socioemocional". Mas agora parece que a neurociência está em condições de testar essa ideia experimentalmente. Foi isso que fizeram nesse estudo, cujo resultado é apresentado nas imagens deste post.

Sensibilidade emocional pode ser um recurso chave para relacionamentos sociais bem-sucedidos. Alguns adultos com dislexia relatam que conseguiram sobreviver à escola "encantando seus professores".

Mas os pesquisadores advertem: "não queremos dizer que todas as crianças com dislexia são necessariamente dotadas de habilidades sociais". Um diagnóstico de dislexia está longe de ser garantia de sucesso social.

Além do mais, precisamos ficar atentos à vulnerabilidade dessas crianças a transtornos mentais, uma vez que sensibilidade emocional também pode ser um fator de risco para o desenvolvimento de ansiedade e depressão.

 

Para saber mais:
 
STURM, Virginia et al. (2020) Enhanced visceromotor emotional reactivity in dyslexia and its relation to salience network connectivity. Cortex, publicação online.


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