O uso cada vez
mais frequente de smartphones e tablets está prejudicando a escrita das novas
gerações?
Muita gente
acredita que o uso de tecnologia tem trazido muitos prejuízos para leitura e
escrita dos alunos, afinal eles passam grande parte do tempo com a cara na tela
e não se interessam por livros ou em escrever diários, cartas ou bilhetes.
Por outro lado,
há aqueles que pensam o contrário: nunca antes na história os jovens escreveram e leram tanto como hoje em dia! Afinal,
eles passam grande parte do tempo mandando mensagens para amigos em grupos no whatsapp,
lendo textos, mesmo que curtos, nas redes sociais, interagindo com colegas pelo
chat de games, comentando em vídeos no YouTube, lendo tweets de
influenciadores etc.
Afinal de contas,
a tecnologia está sendo prejudicial ou benéfica para o desenvolvimento de
habilidade de leitura e escrita das crianças e adolescentes?
Uma pesquisa
realizada na Alemanha recentemente avaliou como o uso de mídias sociais tem
impactado na escrita de jovens em suas atividades escolares. Mais de 400 adolescentes
e jovens adultos participaram do estudo.
O resultado
mostrou mais associações positivas do que negativas no uso de tecnologia em
relação a habilidades de escrita.
Segundo os
autores, o envolvimento passivo no consumo de mídias sociais pode sim prejudicar
as habilidades de escrita, mas a produção ativa de textos, desde a infância,
por meio de diferentes plataformas, com públicos e por meios diferentes,
incluindo trocas de mensagens por chats e aplicativos de conversa, podem ajudar
a desenvolver habilidades de escrita.
Do lado negativo,
os pesquisadores observaram que os jovens mais “viciados” em redes sociais
foram os que produziram textos de pior qualidade nas tarefas escolares.
É importante
lembrar, entretanto, que o uso de telefone e redes sociais, não são as únicas
variáveis a se levar em conta ao avaliar o desempenho de crianças e
adolescentes em tarefas escolares, seja de leitura ou escrita. Há muito mais
coisa em jogo, e sem estímulos e condições adequadas de aprendizagem, não são
aparelhos eletrônicos que farão a diferença.
Referência bibliográfica:
Verheijen, Spooren, e van Kemenade (2020). Relationships
between Dutch Youths’ Social Media Use and School Writing. Computers and
Composition, publicação online.
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