A maioria dos pais recorrem a ameaças em uma tentativa desesperada de conseguir que seus filhos cooperem. Mas essa tática geralmente sai pela culatra porque as crianças percebem a negatividade e reagem a ela.
Uma ameaça envia a mensagem ao seu filho de que você já está prevendo que ele não vai cumprir e que você está em uma briga. Isso coloca as crianças no modo de oposição e luta pelo poder, especialmente crianças que são mais desafiadoras por natureza.
As ameaças tendem a ampliar sua resistência, e como consequência ou a criança "vence" ou o pai recorre a práticas mais agressivas, como a palmada.
Veja três estratégias que você pode usar com as crianças, em casa ou nas escolas, para ter mais cooperação dos pequenos:
1. “Você decide!”
Toda ameaça pode ser substituída por uma oportunidade de escolha
Ao invés de dizer “se você não escovar os dentes, não haverá jogo esta noite!"
Você pode dizer: “Você tem duas opções: se você optar por cooperar, teremos mais tempo extra para nos divertirmos antes da hora de dormir; se você optar por não cooperar, precisarei escovar os dentes para você, o que significa que não teremos tempo bônus de diversão. Você decide!”
Quando você termina com a frase positiva "você decide!", isso reforça a ideia de que não é você quem decide, mas sim a criança.
Você está apenas apresentando as possíveis consequências de suas decisões. Quando as crianças se sentem forçadas a fazer algo, o impulso é recusar-se a obedecer como uma maneira de manter algum senso de comando. O que você pode controlar é a situação. É isso que orienta e molda o comportamento das crianças. Se seu filho fizer uma boa escolha, isso resultará em um resultado positivo para ele. Uma escolha menos adaptável ou menos aceitável leva a um resultado menos desejado.
2. Prefira direcionar, não repreender
Crianças sensíveis e reativas por natureza tendem a se sentir envergonhadas e estressadas ao serem corrigidas. Quando eles ouvem um "não!" seus cérebros ficam sobrecarregados de emoção e são incapazes de pensar e tomar decisões. Isso torna muito menos provável que eles cumpram e mudem seu comportamento de maneiras positivas.
Opte por direcionar o comportamento, pulando o “não” e indo direto para qual é a expectativa — o que eles podem fazer.
Por exemplo, se uma criança se levanta da mesa antes do fim das refeições, em vez de dizer: “Não se levanta da mesa. Sente-se agora ou vai ficar com fome”, você pode dizer: “Opa!, ainda estamos sentados à mesa” (você pode tocar na cadeira dele para fornecer uma pista visual). Ou, se uma criança for pegar um brinquedo quando é hora de colocar o pijama, você pode dizer: "estamos colocando um pijama agora”.
3. Agora..., depois...
Essa estratégia permite que a criança saiba que haverá um momento em que poderá ter ou fazer o que quer em um futuro próximo, o que pode gerar mais cooperação.
Por exemplo, Lucas está indo para o vídeo-game antes de guardar seus outros brinquedos.
Usando o “agora... depois...”, o pai pode dizer: “Você quer brincar com o vídeo-game? Ótima ideia! Primeiro precisamos guardar esses brinquedos e depois podemos brincar com o vídeo-game”.
Quando você reconhece e valida o desejo de seu filho e confirma que, eventualmente, ele poderá fazer o que deseja, você reduz o estresse que ele normalmente experimenta quando não consegue o que deseja imediatamente. Isso a acalma e a coloca em um estado de espírito mais disposto a cooperar.