Na primeira infância a escola é importante na medida que potencializa o desenvolvimento integral da criança ao inseri-la em contato ativo com experiências, que, fortalecem sua capacidade para se expressar e explorar o mundo a sua volta. Estimulando amplamente seu sistema de linguagem, orientando seu repertório comportamental, suas habilidades sociais, emocionais e pedagógicas. Logo, aulas em apresentação virtual para crianças menores de 6 anos são improdutivas e excludentes, sem valor de aprendizagem genuína, pois, ao perderem o contato ativo com as interações do ambiente escolar, professores e colegas, perde-se também a ação-reação do improviso, a intervenção in loco, a regulação individual e coletiva e a essência da adaptação e inclusão.
Qual a importância das atividades operacionais na pré-escola em tempos de pandemia? Até que ponto é efetivo produzir conteúdo virtual direcionado à crianças? E como ficam as que possuem necessidades especificas e especiais?
Eu sei que ninguém se preparou para viver o que estamos vivendo, sei que estamos todos com medo do vazio a nossa frente. As escolas temem evasão, os professores temem desemprego, todos temem não dar conta... a saúde física em risco iminente e a psicológica por um fio... A criança aprende e se desenvolve a partir das interações socialmente estabelecidas nas relações INTERPSÍQUICAS – orientadas por outra pessoa – para depois serem internalizadas e conquistarem autonomia INTRAPSÍQUICA – orientadas por si própria (Vygotsky, 1988). Assim, aulas EAD requerem uma autonomia impossível de ser aplicada com uma criança pequena.
Antes de expor virtualmente crianças a um experimento pedagógico cheio de variáveis intervenientes e resultado duvidoso, não seria mais produtivo adaptar ferramentas para orientar os pais nessa condução? Antes de injetar conteúdo acadêmico nas crianças, não seria mais eficaz fazer um trabalho com os pais para conhecerem o essencial na aplicação do conteúdo escolar adaptado ao ambiente familiar? Ou uma pausa?
Eu sei, precisamos continuar a nadar, exatamente como a Dori, temos que seguir e encontrar uma saída, boa o suficiente para todos, e não apenas para alguns.
Nota do administrador da página PsicoEdu: