“Azul é de menino, rosa é de menina” — o que as pesquisas em psicologia dizem sobre a preferência de cores por gênero?

por Eduardo de Rezende
05 de janeiro de 2019

Menino em cor rosa em fundo azul, menina em tom azul em fundo rosa


Imagine que no próximo ano seu filho já terá idade para a pré-escola. Você procura qual a melhor escolinha para matriculá-lo. Faz visitas para conhecer os locais e serviços oferecidos. Numa escola infantil, você caminha pelos corredores e adentra uma das salas enquanto as crianças estão no refeitório para a hora do lanche. Quase certamente você poderá adivinhar o gênero das crianças daquela sala pela cor de suas mochilas, casacos e sandálias deixadas no canto. O ursinho azul sem dúvidas deve ser de um Enzo ou João Miguel. E a toalhinha cor de rosa, esquecida sobre a cadeirinha... ah, deve ser de uma Maria... Maria Vitória... Maria Eduarda.


Quarenta anos atrás, pesquisadores da Universidade Estadual de Nova York, fizeram um estudo observacional nos centros comerciais do condado de Suffolk, em Nova York. Dentro de shoppings, eles observaram as cores de roupas, meias, sapatos, toucas e acessórios como brinquedos e chupetas de crianças com até 13 meses de idade que passavam por ali. Em seguida, os responsáveis pelas crianças eram abordados para uma entrevista sobre idade, seus critérios para aquisição de roupas e acessórios, e suas crenças sobre diferenças sexuais.

O resultado da pesquisa mostrou que nenhum dos bebês meninos usava qualquer peça rosa, enquanto 75% das meninas vestiam ou portavam algum objeto rosa. Por outro lado, o azul era usado por 79% dos meninos e por apenas 8% das meninas. O curioso foi que durante a entrevista, a maioria dos pais relatou ter pouca preocupação sobre o rótulo sexual de seus filhos. De acordo com os pesquisadores, a maioria dos pais está "completamente inconsciente do esforço que dedicam à manutenção de um rótulo sexual convincente e, consequentemente, de um tratamento dos filhos consistente com seu tipo sexual".

Gráfico mostrando o uso de peças nas cores azul e rosa por meninos e meninas


Não somente as crianças são cercadas de objetos com cores tipificadas pelo gênero. Um fusca rosa circulando pelas ruas de São Paulo dificilmente será pensado pertencer ao Sr. Virgílio da barbearia.

Uma pesquisa publicada em dezembro de 2018 (sim, há menos de um mês!) na Japanese Psychological Research, periódico científico da Associação de Psicologia do Japão, mostrou que em homens adultos o simples fato de vestir uma camisa rosa pode afetar sua autopercepção de gênero. O estudo mostrou que homens com baixa autoestima vestindo uma camisa rosa tendem a se identificar com traços considerados "femininos" (dedicação, gentileza, cuidado); por outro lado, vestindo uma camisa azul eles se identificaram mais com traços de estereótipo masculino (bravura, liderança, força).

Mas os estereótipos de preferência de cor que associa azul com masculinidade e rosa com feminilidade é uma construção recente na cultura ocidental. A convenção que surgiu timidamente no final do século XIX só foi assentada em décadas recentes. De acordo com Wong e Melissa Hines, do departamento de psicologia de Cambridge:

"Embora nas sociedades modernas ocidentalizadas, o rosa esteja consistentemente associado a meninas e azul com meninos, no início de 1900, o rosa, representando força e convicção, era às vezes considerado a cor mais masculina; o azul, visto como delicado e fino, às vezes era considerado a cor mais feminina. Esses achados mostram uma inversão das cores de gênero em algum momento durante o século XX e, portanto, que os estereótipos e as preferências de cores tipificadas por gênero são atribuídos socialmente.”

Paolo Frassanito e B. Pettorini, da Universidade Católica de Roma afirmam também que:

“Atribuir cor ao gênero é um peculiaridade do século XX. Deve-se notar que é uma prática limitada na maioria das vezes à Europa Ocidental e às Américas. Também parece ser verdade que as diferenças de gênero codificadas por cores (rosa para meninas, azul para meninos) existia antigamente de forma oposta.”

Pintura de menino com vestido rosa e chicote na mão. Pintor anônimo dos Estados Unidos, de 1840
"Young Boy with Whip": Pintura de 1840
retrata menino americano com vestido rosa.

Além da investigação historiográfica, dezenas de pesquisas experimentais dentro das ciências do comportamento têm sustentado o fato de que as diferenças de gênero para preferência por cor são produtos de influências sociais. Comportamentos relacionados ao tipo de gênero, como escolher uma roupa pela cor, são adquiridos através da socialização da criança no processo de desenvolvimento de sua identidade de gênero. É durante esse processo sociocognitivo de aprendizagem social e identificação com o grupo que ela internaliza as normas de gênero ofertadas em sua comunidade cultural, que, progressivamente, passam a fazer parte de sua própria identidade.

A evolução humana fornece estruturas e potencialidades biológicas que permitem uma gama de possibilidades, em vez de ditar um tipo fixo de diferenciação de gênero. A teoria sociocognitiva de desenvolvimento e diferenciação de gênero integra determinantes psicológicos e socioculturais dentro de uma estrutura conceitual unificada. Nesta perspectiva teórica, as concepções e papéis de gênero são o produto de uma ampla rede de influências que operam interdependentemente dentro de uma variedade de subsistemas sociais — família, amizades, escola, mídia, trabalho etc. — em cada um desses espaços, há demandas, expectativas, valores, normas e conceitos compartilhados que orientam comportamentos e crenças da criança.

De acordo com os psicólogos Kay Bussey e Albert Bandura,

“o desenvolvimento humano opera dentro de uma ampla rede de influências sociais. Se fazer ‘coisas de menina’ e ‘coisas de menino’ não tivessem efeitos sociais diferenciados, a rotulação de gênero perderia seu significado. A tipificação de gênero permanece notável porque faz uma grande diferença em nossas experiências de vida. O conjunto de atributos e papéis de gênero que as pessoas adotam são socialmente propagados, e não apenas um fato intrapsíquico.”

Considere por exemplo, a atitude dos pais em relação aos filhos: há fortes crenças de gênero até mesmo sobre seus recém-nascidos (ou mesmo antes do nascimento), ainda que não haja diferenças objetivas que possam ser julgadas. Os pais das meninas comumente classificam-nas como mais refinadas, às vezes mais fracas, mais fofas e mais delicadas do que os pais de meninos recém-nascidos. Para a maioria das crianças, os ambientes físico e social são altamente marcados pelo gênero, como exemplificado no início do texto e pela foto abaixo. Nomes, roupas e decoração de quartos de bebês são todos influenciados por sua categorização como feminino ou masculino. Os dos meninos são enfeitados de azul e os das meninas de rosa. Bebês meninos são vestidos com suspensório para uma festa familiar, meninas com vestidinhos. Eles também recebem estilos de cabelo diferentes. Desde pequenas, as crianças passam a usar atributos físicos diferenciados, estilos de cabelo e roupas como indicativos de gênero.

Quarto de menino com objetos na cor azul e quarto de menina com objetos rosa
"Quarto de menina" em tons de rosa e "quarto de menino" em tons de azul


A partir dos dois ou três anos, uma vez que as crianças já se identificam com um certo gênero, elas filtram ativamente informações relacionadas aos estereótipos de gênero. Elas se comportam e tomam decisões que são comumente associadas ao gênero que ela se identifica.

A preferência por cor, assim como preferências pela forma e tipos de objetos, é parte de estruturas chamadas de "esquemas de gênero". Na psicologia, esquema é um agrupamento estruturado de conceitos e de modos de funcionamento, que organiza informações, assimila e dá significado a estímulos que são acomodados dentro de representações mentais e comportamentais.

A teoria do esquema de gênero, da psicóloga norte-americana Sandra R. Bem (1944-2014), postula que características comportamentais, incluindo preferências e papeis sociais, são tendências derivadas de esquemas que organizam informações de acordo com as definições culturais de masculinidade e feminilidade.

De acordo com a psicóloga,

"à medida que as crianças aprendem o conteúdo do esquema de gênero da sociedade, elas aprendem quais atributos estão ligados ao seu próprio sexo e, portanto, com eles mesmos. (...) Simultaneamente, a criança também aprende a avaliar sua adequação como pessoa em termos do esquema de gênero, para combinar suas preferências, atitudes, comportamentos e atributos pessoais com os protótipos armazenados dentro dela”.

Importante advertir aqui da diferenciação conceitual entre “sexo” e “gênero”, uma vez que a teoria de esquema de gênero de Sandra Bem não diz respeito ao conteúdo ou forma biológica, mas sim sobre o processo sociocognitivo que agrupa informações dentro de “rótulos” de gênero como masculinidade e feminilidade. E é dentro dos esquemas de gênero que azul é rotulado como masculino e o rosa como feminino.

Mas nem todos concordam que esses estereótipos de cor são aprendidos...


A teoria biológica do caçador-coletor


Um argumento defendido por uma minoria nas pesquisas sobre as diferfenças de gênero na preferência de cor propõe uma "base biológica" que explicaria a evolução de características visuais especializadas entre homens e mulheres. A teoria do caçador-coletor apresenta a hipótese evolutiva de que a preferência feminina por rosa evoluiu através das tarefas primitivas de coletar frutas de coloração avermelhada e do cuidado com a prole (a coloração da pele de recém-nascidos é mais “rosa-avermelhada”, afirmam os pesquisadores), e a preferência masculina por azul evoluiu com seu papel de caçador e está associada com o céu claro e fontes de água límpida.

Entretanto, não há evidências conclusivas sobre a existência de diferenças sexuais na preferência por cor, uma vez que a teoria é baseada em pesquisas com primatas não-humanos e hipóteses evolutivas baseadas em cenários pré-históricos não são passíveis de testes experimentais. Sobre o argumento evolutivo de preferência pela cor azul, Anya Hurlbert, uma das pesquisadoras que defende a teoria biológica, comentou: "eu só posso especular!".

Resultados de pesquisas com humanos adultos ocidentalizados desconsideram o fato de que as características identificadas como evidências de um traço inato são produtos do processo de desenvolvimento sociocognitivo na primeira infância que assimila elementos culturais do grupo do qual o indivíduo faz parte.

Além disso, o argumento de que há um “componente biológico e universal” não explica porque em outras regiões e em outros momentos da história, a atribuição de preferência de cor por gênero era diferente ou mesmo inversa da que é atualmente considerada “normal”, como apontado por diversas fontes históricas.

Por fim, como será apresentado abaixo, pesquisas experimentais em psicologia não dão sustentação ao argumento evolutivo, uma vez que não têm encontrado diferença de preferência por cor em crianças que ainda não passaram pelo processo de aprendizagem social.


Quando se desenvolvem as preferências por cor


Bebês já podem enxergar cores com aproximadamente três meses de vida, mas as preferências por cor aparecem por volta dos 2 anos de idade. Uma pesquisa conduzida na Universidade de Cambridge, publicada em 2010, avaliou o interesse de mais de uma centena de crianças entre 12 e 24 meses de vida para diferentes brinquedos nas cores azul e rosa. Embora os pesquisadores tenham encontrado diferença no tipo de brinquedo preferido, eles não encontraram diferença entre meninos e meninas para preferência pela cor, sugerindo que a diferença de gênero para azul ou rosa não é aparente antes do segundo aniversário.

Gráfico mostrando diferença de gênero na preferência por cor rosa na infância


Outro estudo publicado em 2011 pelas psicólogas Vanessa LoBue  e Judy DeLoache também investigou a preferência de cor de crianças de 7 meses até 5 anos de idade. Os resultados mostraram que as meninas tinham maior preferência pelo rosa, mas só a partir dos 2 anos de idade. Antes dos dois anos também não foi encontrada diferença entre gêneros. Com apoio nos resultados, as pesquisadoras rebateram a teoria biológica do caçador-coletor:

“Nossas descobertas são inconsistentes com trabalhos que sugerem que as preferências de cores baseadas em gênero podem ter uma base biológica. Alguns pesquisadores propuseram que pode ter havido uma vantagem evolutiva para as mulheres que foram atraídas pelas cores brilhantes das frutas, e assim, as mulheres podem ter desenvolvido uma preferência inata por cores como o rosa. Nossos resultados não sustentam essa possibilidade. Se as mulheres têm uma predisposição biológica para cores como rosa, essa preferência deve ser evidente, independentemente da experiência ou da aquisição de conceitos de gênero, e nessa pesquisa, preferência por rosa não apareceu em meninas antes da idade de 2 anos e meio.”

Wong e Melissa Hines também pesquisaram a preferência de cor num estudo publicado em 2015. Eles confirmaram a ideia de que preferências de cor emergem entre 2 e 3 anos de idade e é certamente influenciada por experiências sociais. As preferências de cor estão associadas não somente ao contato com objetos de referência, mas ao desenvolvimento da identidade de gênero nos primeiros anos de vida. Segundo os autores da pesquisa, os estereótipos de gênero é um dos aspectos que guia o comportamento de escolha da criança. O uso de determinadas cores tem a função de ser um marcador de gênero. Crianças que são conscientes de seu gênero adotam "cores apropriadas ao seu gênero" e evitam ativamente as "cores inapropriadas ao seu gênero". Assim elas podem consolidar e afirmar sua identidade e, por outro lado, evitam a desaprovação social por violar as normas de gênero de seu grupo social.

A ausência de diferenças entre os sexos nas preferências de cor de crianças menores de dois anos, juntamente com as descobertas de que as crianças mais velhas exibem preferências de cores determinada pelos tipos de gênero, sugerem que as crianças "aprendem" essas preferências. O momento do surgimento da preferência de cor de tipo sexual — mais ou menos entre dois e cinco anos — também é consistente com as perspectivas de desenvolvimento sociocognitivo, que sugerem que as diferenças sexuais no comportamento das crianças surgem à medida que as crianças desenvolvem uma compreensão cognitiva de seu gênero e das expectativas em torno dele.


Preferência de cor: biológico ou social?


Em 2016, Sandy Chiu e seus colegas de pesquisa do Canadá compararam as preferências de cor de crianças entre 3 e 12 anos de idade. Entretanto, diferente das pesquisas acima apresentadas, algumas das crianças que participaram da pesquisa de Chiu eram diagnosticadas com transtorno de identidade de gênero (termo que ainda era usado na época da pesquisa, mas que hoje foi substituído nos manuais de diagnóstico psiquiátrico).

Na pesquisa de Chiu, meninas sem o diagnóstico preferiram itens rosa e roxo muito mais do que os meninos. Porém, meninos e meninas com o diagnóstico de disforia de gênero apresentaram o oposto: crianças nascidas biologicamente como meninos mas que se identificavam com o gênero feminino preferiram itens rosa e roxo muito mais do que meninas que se identificavam com o gênero masculino.

O resultado da pesquisa sugere que crianças a partir de 3 anos de idade já manifestam preferência de cor baseada nos estereótipos que são associados com o gênero com que se identificam.

Transtorno de identidade de gênero ou disforia de gênero (termo atualmente empregado para evitar o uso da palavra "transtorno") é a situação onde o indivíduo experiencia algum tipo de desconforto por não se identificar com o gênero que lhe foi atribuído em seu nascimento. A identificação com o gênero oposto ao sexo biológico é chamada transexualidade. Pessoas trans apresentam comumente estereótipos comportamentais do gênero que se identificam.

Se a preferência de cor fosse determinada biologicamente como resultado de uma adptação evolutiva que dota as meninas de uma percepção visual que favorece sua preferência pelas cores rosa e avermelhadas, como postulado pelos defensores da hipótese do caçador-coletor, era de se esperar que em crianças trans a preferência pelas cores permanecesse constante, independente da identificação com outro gênero, uma vez que a identidade de gênero não altera as células de visão e padrões neurológicos associados a função visual.

Mas a pesquisa de Chui mostrou o contrário e deu mais sustentação à teoria sociocognitiva que afirma que a preferência por cor é consequência de um processo onde as influências sociais são os principais determinantes da associação de cores com os estereótipos de gênero. Crianças trans manifestam preferências por cores que contribuem para a diferenciação e afirmação de sua identidade de gênero.

Menina trans com roupas e cabelos rosa
Em 2015, a menina trans Avery Jackson, na época com 7 anos de idade, fez sucesso na internet por contar sua história em vídeos no YouTube. Observe a identificação com o rosa e sua função como marcador de gênero.

Seria desonesto afirmarmos que em nossa cultura não existe diferenças de gênero na preferência de cores. Todos nós construímos ao longo da nossa vida esquemas de gênero que determinam nossos comportamentos, crenças e expectativas. Assim, passamos a reproduzir, ainda que inconscientemente, esses padrões para nossos filhos. Porém, as diversas pesquisas em psicologia e áreas afins evidenciam que desonestidade maior seria não reconhecermos que esses esquemas, incluindo a associação “azul é de menino e rosa é de menina”, é uma convenção historicamente situada e que preferências de cor são aprendidas dentro de sistemas sociais.

Você não é perverso ou tolo por querer dar ao seu filho uma bola azul ou um vestido cor de rosa a sua filha. Mas afirmar que essa escolha reflete estruturas naturais que definem o que é “normal” seria uma postura um tanto irracional frente às evidências apresentadas pelas pesquisas em psicologia do desenvolvimento.




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