Autoestima cai bruscamente durante a adolescência, principalmente entre meninas


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Ao longo de décadas de pesquisa, psicólogos identificaram uma variação média do nível de autoestima de homens e mulheres ao longo da vida. Nesta média, a autoestima é relativamente alta durante a infância, mas há uma queda brusca durante a adolescência (principalmente para meninas), aumenta gradualmente ao longo da idade adulta e diminui drasticamente na velhice.
 
É importante lembrar que essa é uma variação média, ou seja, não diz respeito a pessoas específicas, mas a uma “média populacional”. Obviamente, há variações individuais no curso de vida de cada pessoa, e essa média acima apresentada não representa uma regra ou uma determinação de que não se possa escapar.

Apesar dessas diferenças gerais, os indivíduos particulares tendem a manter sua posição relativa em diferentes momentos, ou seja, há uma estabilidade temporal: aqueles que têm autoestima alta em um ponto do tempo tendem a ter autoestima relativamente alta anos mais tarde.


Meninos e meninas na adolescência


Os pesquisadores atribuíram o declínio da autoestima na adolescência à imagem corporal e a outros problemas associados à puberdade, à capacidade emergente de pensar, avaliar e fazer julgamentos sobre si mesmo e sobre seu futuro e, portanto, reconhecer oportunidades perdidas e expectativas fracassadas, e a transição da escola primária para uma das etapas escolares mais difíceis da vida acadêmica, somada ao contexto socialmente complexo, e às vezes perturbador da escola secundária.

Embora meninos e meninas apresentem níveis semelhantes de autoestima durante a infância, uma lacuna entre as curvas de nível emerge na adolescência, de modo que os meninos adolescentes costumam ter uma autoestima mais alta do que as meninas adolescentes. Essa lacuna de gênero persiste durante toda a vida adulta e depois se estreita e talvez até desapareça na velhice. Pesquisadores ofereceram inúmeras explicações para a diferença de gênero, como, por exemplo, mudanças maturacionais associadas à puberdade, mas principalmente fatores sócio-contextuais associados ao tratamento diferencial de meninos e meninas na escola, bairro, família e outros espaços sociais.

A adolescência é um momento crítico para o desenvolvimento do autoconceito (ou seja, o que nós pensamos sobre nós mesmos) e da autoestima (como nós sentimos em relação ao que pensamos de nós mesmos). Pais e educadores devem ficar atentos a mudanças de humor e comportamentos dos adolescentes e oferecer apoio e ajuda quando necessário.


Fonte do gráfico: ROBINS, R. e TRZESNIEWSKI, K. Self-Esteem Development Across the Lifespan. Current Directions in Psychological Science, 14, 3, 2005.

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