Movimento melhora desempenho de crianças com TDAH em tarefas que exigem esforço cognitivo
Uma das características das crianças diagnosticadas com TDAH é a agitação constante.
Mesmo sentada, a criança se mexe na cadeira, se balança, agita as mãos e os pés, se inclina, apoia o pé nos assentos ao lado ou na própria cadeira.
Esse comportamento é um desafio para educadores que esperam que todos os alunos mantenham a mesma postura em sala de aula.
Pesquisas recentes, entretanto, tem demonstrado que em crianças diagnosticadas com TDAH há uma correlação positiva entre a atividade motora e o desempenho em atividades que demandam trabalho cognitivo.
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Ou seja, crianças com TDAH costumam melhorar seu desempenho em tarefas cognitivas, quando são permitidos movimentos mais livres do que normalmente é tolerado em salas de aula. A hipótese dos pesquisadores é que o movimento aumenta o estado de atenção das crianças.
Ou seja, crianças com TDAH costumam melhorar seu desempenho em tarefas cognitivas, quando são permitidos movimentos mais livres do que normalmente é tolerado em salas de aula. A hipótese dos pesquisadores é que o movimento aumenta o estado de atenção das crianças.
Muitas escolas estão experimentando incorporar mais movimento na sala de aula. Algumas têm usado alternativas às cadeiras tradicionais.
Veja essas estratégias que podem ser utilizadas tanto em sala de aula, quanto em casa:
1. Fazer a atividade em pé
Vivemos em uma cultura onde aprendemos a ficar o tempo todo sentado. Mas, para que a obrigatoriedade de ficar sentado?
Muitos especialistas da área de saúde recomendam que “sentar” deveria ser exceção e não a regra. Isso vale para todos, não só crianças com TDAH. Estudos estimam que podemos aumentar em alguns anos nossa expectativa de vida se passarmos menos de 3h por dia sentados.
O uso de mesas mais altas facilita a realização da atividade em pé. Além do cuidado com a saúde, a estratégia diminui o estresse e favorece o desempenho de crianças hiperativas. A ideia já é utilizada em muitas escolas no exterior. Às vezes, em benefício de toda a turma.
2. Usar fitballs
Você conhece as fitballs?
Também conhecidas como “Bola Suíça”, “Bola de Yoga” ou “Bola de Pilates”, elas são utilizadas em terapias de reabilitação ou para prática de atividades físicas.
A novidade é que agora elas também são utilizadas como banco para as crianças.
A ideia é deixar o balancear da criança mais livre! Mais uma vez, a ideia é válida não só para crianças com hiperatividade.
3. Carteiras com pedal
A criança que sente uma vontade incontrolável de se mexer pode se beneficiar também com uma carteira com pedais.
As carteiras-bicicletas fazem o aluno gastar energia enquanto aprende.
Com várias opções no mercado, elas já são utilizadas em escolas em países como Estados Unidos e Canadá.
4. Pausa para um alongamento
O uso de mesas mais altas, de fitballs ou de cadeiras com pedais nem sempre é viável em todas as escolas.
Mas há outra estratégia simples.
Uma prática também recomendada por especialistas da área de saúde (mais uma vez, não só para crianças hiperativas) é reservar alguns minutos a cada hora para se levantar da cadeira e se alongar.
Para as crianças com TDAH pode ser bom aproveitar esse momento para dar uma volta, se necessário, nos corredores ou pátio da escola.
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Referências bibliográficas:
HARTANTO et al. A trial-by-trial analysis reveals more intense physical activity is associated with better cognitive control performance in attention-deficit/hyperactivity disorder. Child Neuropsychology; 22(5):618-626, 2016.
CORNELIUS, FEDEWA e AHN. The Effect of Physical Activity on Children With ADHD: A Quantitative Review of the Literature. Journal of Applied School Psychology, 33, 2, 2017.